terça-feira, 28 de julho de 2015

MÚSICAS BASEADAS EM FILMES DE TERROR – Parte 1

Quem já se envolveu com criação musical, ainda que de brincadeira, sabe que as fontes de inspiração para uma música são inúmeras, mas que parecem sempre insuficientes ou fugidias para o compositor. Encontrar o tema certo para uma letra que faça sentido em determinado ritmo nem sempre é tarefa das mais fáceis, e desenvolver esse tema até que ele se encaixe em uma sucessão de notas, acordes, riffs e solos é ainda mais difícil, o que torna verdadeiramente preciosas as boas canções com letras interessantes.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Antologias "Vícios, Taras e Medos – Contos Psicológicos" e "Letras do Brasil"

Com muita satisfação, venho informar que dois contos de minha autoria foram selecionados para integrar as antologias de contos "Vícios, Taras e Medos  Contos Psicológicos" e "Letras do Brasil", ambas promovidas pela Editora Illuminare e coordenadas pela talentosíssima Rô Mierling  uma das pessoas que conheço que mais apostam na literatura nacional e que se dedicam com profissionalismo e paixão reais ao objetivo tão belo de descobrir, valorizar e incentivar os bons autores do nosso país.

terça-feira, 21 de julho de 2015

AGRADECIMENTOS (Lançamento de "A Caixa de Natasha e outras histórias de horror")

Ao me pôr a fazer uma nota de agradecimento a todas as adoráveis pessoas que compareceram (ou quiseram comparecer, mas não puderam) no lançamento do livro "A Caixa de Natasha e outras histórias de horror", encontrei-me angustiado em meio a um complicado dilema: se eu escrevesse apenas um ou dois parágrafos curtos dizendo meu muito obrigado a todos, talvez isso fosse pouco e não expressasse às pessoas toda a extensão de minha gratidão, a qual é incomensurável; por outro lado, se eu fizesse um texto muito longo, correria o risco de, contra a minha vontade, soar cansativo e  pior ainda!  falso (argh!). Com essa inquietação em mente, decidi que só havia uma forma de resolver o problema: ignorando-o e escrevendo a verdade, e apenas a verdade, sem me importar com quantidade de linhas ou parágrafos, na esperança de conseguir transmitir ao menos um pouco da minha felicidade aos meus amigos e na confiança de que eles a aceitarão com a mesma sinceridade de espírito com que deixaram por algumas horas de fazer o que tinham para fazer apenas para estar comigo, no inesquecível dia 11 de julho de 2015, na Livraria Curitiba.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

MÚSICA – Killer's run

A música a seguir, cuja letra provém da mente atormentada de um assassino em série, foi composta por dois carniceiros insanos em um domingo obscuro e nebuloso. Killer's Run é um Doom Metal lento e pesado feito com um violão velho, uma garganta angustiada e influências satânicas. Tudo isso gravado com um mísero aparelho de celular, sem correções no áudio e sem novas tentativas de gravação. Preparem os ouvidos! \m/_ \m/_ \m/_


Vocal: Murilo Toffanelli
Letra e violão: Melvin Menoviks

terça-feira, 14 de julho de 2015

POEMA – Ingrid

INGRID

O quarto era rosa e cheio de desenhos coloridos, com flores, arco-íris e balões.
Pelo chão e sobre a cama havia vários bichinhos e muitas coisas tipicamente infantis,
Como o palhaço inflável, que estava no canto com um sorriso aberto e abobalhadas feições.
Mas, apesar das coisinhas de criança, tudo estava meio esquisito, e nada ali parecia feliz.

Esse era o quarto das bonecas de Ingrid Buendia,
Onde ela deveria estar brincando com sua amiguinha Camila, que estava vestida de fada.
No entanto, de rosto fechado, ela deixava todas as bonecas para a colega
E permanecia apenas a encarando com olhos fixos, sérios e faiscantes, a boca muito apertada.

Camila não entendia o motivo de sua amiga estar sempre muda e se comportando assim,
E muito menos sabia o que ela mesma poderia estar fazendo de errado.
Afinal, ela tinha apenas sete anos de idade,
E não fazia ideia por que Ingrid deixava as sobrancelhas daquele modo tão cerrado.

Algo naquela menina Ingrid era muito estranho,
Pois ela parecia estar sempre pálida e com uma feição sombria.
Ao contrário do que os pais dela imaginavam,
Ela não brincava nunca, e também nunca sorria.

Mas, disso, apenas a inocente Camila sabia.
Camila tinha um pouco de medo dela,
Mas seus pais pediam para que com Ingrid ela brincasse.
“Ela é tão sozinha, a filha dos Buendia”, diziam eles, com pena.
“Poderia fazer bem a ela se na casa dela um dia ou dois você passasse”.

Por isso, ainda que Camila implorasse aos pais para que a deixassem na casa dos avós,
O casal, que ia sair de viagem, preferiu que ela posasse na casa dos Buendia:
Assim, a pequena Camila poderia fazer amizade com a garota e deixá-la feliz,
Tirando-a daquela estranha, precoce e injustificável melancolia.

Mas os pais de Camila não suspeitavam o erro que cometeram ao tomar tal decisão.
E, agora, no quarto com as bonecas, ao lado de um copo com leite e um lanche de presunto,
Ingrid continuava com seu olhar maligno, cheio de ódio,
E a boca se contraía em um botão branco e apertado, como a de um defunto.

Camila procurou se afastar e ir para a sala, para pedir para ir embora,
Mas bem naquele momento o Sr. e a Sra. Buendia haviam saído para comprar refrigerante.
Quando Camila não aguentava mais o olhar da menina malvada sobre si e resolveu sair dali,
A porta do quarto se fechou com um estrondo, e as paredes vibraram por um instante.

Camila pensou em gritar, mas simplesmente não conseguiu.
Ingrid, agora, se aproximava dela e sorria assustadoramente,
Não como uma criancinha alegre,
Mas como uma velha ensandecida e doente.

As lâmpadas do quarto estouraram de súbito, deixando tudo em absoluta escuridão,
E um pavoroso som de origem ignota ecoou pela casa, como a risada de um maníaco demente.
Nesse momento, enquanto Camila chorava, Ingrid, com a mais fria das vozes, sussurrou:
“O diabo está aqui com a gente”. 

terça-feira, 7 de julho de 2015

OS DESAFIOS DE SER ESCRITOR – Segunda parte

PARTE 2 – Escrevendo
Dando continuidade à série de textos que venho publicando aqui no blog a respeito dos desafios que os escritores – em especial os escritores brasileiros contemporâneos – encontram ao longo de todos os processos necessários para a publicação e comercialização de suas obras, desde o primeiro rabisco em um rascunho qualquer até o relacionamento com críticos e leitores, trago para vocês mais uma parte bem legal da entrevista que dei para a editora a respeito do meu livro “A Caixa de Natasha e outras histórias de horror”, cujo lançamento ocorrerá no próximo sábado, dia 11/07, às 16 horas, na Livraria Curitiba do Shopping Catuaí, em Londrina-PR (estão todos convidados!!!).

Conforme prometi no último texto desta seção, as respostas abaixo contam um pouco sobre minhas influências literárias e sobre como me empenhei para conseguir concluir e publicar o livro.

Para não aborrecer o leitor, no entanto, não entrei em grandes detalhes no que diz respeito às partes “técnicas” do assunto (busca por uma editora, contratos editoriais, revisão dos textos, etc.), mas, se algum escritor quiser conhecer minha experiência para trocar opiniões e, conhecendo meus erros e acertos, evitar os vários problemas que podem aparecer no caminho para uma publicação séria e eficiente, basta entrar em contato comigo pelo facebook. Terei enorme prazer em conversar com meus colegas escritores e mesmo com os curiosos que só queiram conhecer um pouco mais dos "bastidores" desse intenso universo que é a literatura. A gente sempre aprende com o diálogo, e, por meio dele, todos saem ganhando.

Sem mais delongas, segue a entrevista:

Pergunta: Como surgiu a ideia do livro?

Resposta: Faz um bom tempo que venho escrevendo com uma frequência considerável (levando-se em conta que devo conciliar a escrita ficcional com estudos na faculdade e estágios profissionalizantes). De lá para cá, desde que percebi o prazer que sinto na criação literária, penso em publicar um livro. Considerei publicar antes, mas isso seria um grande erro, já que eu tinha pouco material para oferecer. Foi só quando consegui reunir páginas suficientes para um livro sólido, coeso e consistente, descartando os contos ruins e medianos que eu havia escrito durante os primeiros passos da aprendizagem, que decidi levar adiante a ideia de publicação.

Pergunta: Você escreve para qual público?

Resposta: Não penso exclusivamente no público quando me ponho a escrever. Escrevo pensando na qualidade literária e em meu próprio gosto, quando não no simples prazer de escrever, sem me limitar por quaisquer outras barreiras. No entanto, é inegável que o público-alvo de meu livro é composto pelos fãs de horror e por aqueles que buscam sensações novas e singulares, em especial para quem está à procura de emoções fortes de arrepiar os cabelos e tensões psicológicas de gelar a espinha. Meu livro, por motivos óbvios, só não é indicado para as crianças (risos).

Pergunta: Você se espelhou em alguma história real para criar seu livro?

Resposta: Graças a Deus, não! (Risos). Apesar do conteúdo macabro e violento de minhas histórias, detesto violência na “vida real”.

Pergunta: Qual é o seu livro preferido? Como é o processo de criação de um livro? Você ouve música? Tem um escritório? Tem alguma mania ou curiosidade?

Resposta: Não posso dizer que tenho um único livro preferido. Leio o máximo que posso e com grande variedade de gêneros e estilos, por prazer e para enriquecer minha própria escrita. Muitos de meus livros preferidos nem são de terror, como, por exemplo, “As Aventuras de Huckelberry Finn”, do Mark Twain, “Capitães da Areia”, do Jorge Amado, “Laranja Mecânica”, do Anthony Burgess, “Kill All Enemies”, do Melvin Burgess, e “Coração das Trevas”, do Joseph Conrad. No terror, admiro muito Dean Koontz, Stephen King, Poe, Lovecraft, Robert Bloch e William Peter Blatty. Comecei a ler Anne Rice recentemente e estou adorando. Também tenho uma grande admiração pelo Salman Rushidie.

Sobre o processo de criação de um livro, cada autor tem um perfil que lhe é peculiar, com rotinas, métodos e inspirações próprias, de modo que é impossível generalizar que “é assim, assim e assim” que se escreve um livro. Contudo, é certo que, para a criação de qualquer obra com um mínimo de qualidade, são necessários muito trabalho duro, paciência e disciplina. Aquela visão romanceada do senso comum de que os escritores criam suas obras em um ataque súbito e irresistível de uma inspiração quase divina, apesar de ter sua beleza e uma pequena dose de verdade, não coincide com a realidade. É como Picasso disse: “a inspiração existe, mas deve me encontrar trabalhando”. O processo de escrita envolve consultas a dicionários, estudo da gramática e de variados recursos linguísticos, revisão, paciência, mais revisão, humildade para saber encontrar e superar erros e vícios de linguagem, novas revisões, dentre tantas outras árduas tarefas – e isso deve coexistir com a força necessária para não desanimar ou abaixar a cabeça para editoras ruins, profissionais arrogantes que não te dão o mínimo de valor ou respeito, gente que desdenha de seu trabalho, limitações pessoais que devem ser superadas, um mercado literário pouco aberto a autores nacionais, dentre tantos outros obstáculos que aparecem constantemente na vida de um escritor.

Falando sobre mim especificamente, sinto como se cada conto ou poema meu tivesse vida própria e independente, cada um seguindo seu caminho para ganhar a luz à sua maneira excêntrica. Existem contos bem curtos que demorei meses para escrever e já houve casos de eu escrever histórias de mais de quinze páginas em cerca de dois ou três dias. Há contos que surgem de ideias oriundas de fragmentos de outros livros ou filmes; há aqueles que aparecem de alguma partícula de um sonho louco; outras ganham vida a partir de uma coincidência acidental da junção de dois ou mais pensamentos aparentemente banais... As fontes são inúmeras e inclassificáveis, mas o principal é ter um bom equilíbrio entre paciência e audácia para saber colocar tudo no papel de uma forma interessante, cativante, coesa e, de preferência, com inovações.

Também retiro muitas influências de músicas, mas raramente as ouço enquanto escrevo. A música tem uma força muito grande para criar imagens mentais e sensações incomuns que podem ser usadas em histórias, mas, no momento de escrever, gosto de me concentrar ao máximo apenas na escrita, para garantir o máximo de qualidade de que sou capaz, sem distrações. Ainda assim, posso dizer que meu processo habitual de escrita se assemelha muito com a criação de uma música, pois me preocupo mais com o ritmo e a velocidade do texto, bem como com as sensações que ele vai causar no leitor, do que com outros elementos da narrativa. Mas não deixo de prestar atenção em nenhum desses elementos, é claro.

Pergunta: Qual seu autor-referência?

Resposta: Os escritores que mais me influenciam, atualmente, são Stephen King, Edgar Allan Poe, H.P. Lovecraft e Dean Koontz. Mas extraio influências, ainda que relativamente menores, de muitos outros, como, por exemplo, Dostoiévsky, Anne Rice, Machado de Assis, Cruz e Sousa, Augusto dos Anjos, Sheridan LeFanu, Bram Stocker, Guy de Maupassant, Robert Bloch, Salman Hushdie e Will Self, dentre outros.

Pergunta: Se tiver que resumir o livro em poucas linhas, como faria?

Resposta: O livro é uma viagem de sensações e emoções extremas, intensas e extraordinárias por mundos igualmente arrebatadores de sonhos e pesadelos incomuns, entre sombras, sangue e mistérios.

E lembre-se: a única coisa mais aterrorizante do que as primeiras 273 páginas de A Caixa de Natasha são as últimas 100!

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Para as próximas postagens na seção "Os desafios de ser escritor", pretendo reunir histórias curiosas sobre escritores famosos em relação a suas primeiras experiências na literatura.

Mantenha-se ligado no blog!

sábado, 4 de julho de 2015

Sugestão de filme e mini-resenha – THE BABADOOK

The Babadook tem grande relação com um texto que escrevi aqui no blog (clique aqui para conhecê-lo).
A resenha de hoje é bem curta pelos seguintes motivos:
1 - As publicações no blog são sempre feitas nas terças e quintas-feiras. A de hoje (um sábado) é excepcional, por razões que se tornarão óbvias ao longo do texto;
2 - Não quero passar nem perto de dar spoilers do filme;
3 - O filme em questão é tão bom que qualquer comentário sobre ele se faz desnecessário.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

MÚSICA – Pinhead's song

Na semana passada, postei por aqui a música The One With Horns, escrita por mim e executada pelo Murillo "God Damn" Toffanelli. De agora em diante, a ideia é publicarmos, sempre que possível, uma de nossas músicas autorais ou, pelo menos, um cover de alguma de nossas bandas favoritas.

Então, para estraçalhar seus ouvidos com os acordes mais impactantes do horror punk acústico, apresento-lhes a poderosa, contagiante, barulhenta e extremamente viciante Pinhead's Song, baseada, obviamente, no clássico e sangrento filme de terror do Clive Barker: Hellraiser. \m/_

Desafio qualquer um a conseguir não sair cantando por aí o refrão dessa música depois de ouvi-la!

Letra e música por Murilo Toffanelli