quarta-feira, 21 de setembro de 2016

CURIOSIDADE: a máscara do personagem Ironbar no filme MAD MAX 3


Outro dia resolvi ver pela milésima vez o terceiro filme da série Mad Max e, muitíssimo intrigado, notei algo em que eu nunca tinha reparado antes: a máscara que fica pendurada nas costas do personagem Ironbar se parece demais com a máscara usada por uma das personagens do obscuro filme japonês Uma Página de Loucura, de 1926!!!

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

CULTURA, ARTE, DOMINAÇÃO, PROGRAMAÇÃO NEUROLINGUÍSTICA e VIOLÊNCIA SIMBÓLICA

Uma expressão que me incomoda, quando se fala em cultura, arte ou mesmo entretenimento, é a palavra “alternativo”. Trata-se de mera bobeira paranoica da minha mente, por certo, mas me sinto internamente desconfortável quando alguém diz que determinado filme é “alternativo”, que certa música é “alternativa”, que tal livro é “alternativo”. Isso porque a palavra “alternativo” pressupõe a existência de um padrão (um parâmetro a ser seguido) e a de um caminho diferente, mas solitário, quase incomunicável: uma passagem estreita que é a única rota de fuga para os excluídos e marginalizados (e para os “diferentões”, é claro...). Quando não, revela um quê de arrogância e desdém por tudo aquilo que não se acomoda sob o rótulo genérico de “alternativo”, que é conceito essencialmente subjetivo e impreciso. E essa arrogância desdenhosa, por sua vez, atrapalha justamente no livre desenvolvimento das artes, no nascimento de novas formas de expressão, na gênese e na apreciação indiscriminada de culturas múltiplas, alternativas (no plural!). Falar em algo “alternativo” sugere uma divisão bipolar avessa à liberdade que as pessoas que gostam da arte dita “alternativa” alegam perseguir: guerreando às cegas contra o sistema, reforçamos o próprio sistema! (Somos grandes ingênuos neste mundo contra-intuitivo, não?).

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

CONTO: Diálogo sobre um diálogo, de Jorge Luis Borges


Conto extraído do livro "O Fazedor", de Jorge Luis Borges.

DIÁLOGO SOBRE UM DIÁLOGO

A. – Distraídos em discorrer sobre a imortalidade, tínhamos deixado que anoitecesse sem acender a lâmpada. Não víamos nossos rostos. Com uma indiferença e uma serenidade mais convincentes que o fervor, a voz de Macedonio Fernández repetia que a alma é imortal. Assegurava-me que a morte do corpo é totalmente insignificante e que morrer deve ser o fato mais nulo que pode acontecer a um homem. Eu brincava com a navalha de Macedonio; abria-a e fechava-a. Um acordeom vizinho desfiava infinitamente “La cumparsita”, essa cantilena consternada que agrada a muitas pessoas, porque lhes mentiram que é antiga... Sugeri a Macedonio que nos suicidássemos, para discutir sem estorvo.

Z (zombeteiro). – Mas desconfio que no fim não se animaram.

A (já em plena mística). – Francamente, não me lembro se naquela noite nos suicidamos.