sexta-feira, 1 de junho de 2018

SOBRE A LIBERDADE E A FICÇÃO DE TERROR


Tomar a ficção como uma forma de representar a realidade, dela destacando as cores e contornos que mais interessam ao ficcionista, é uma interpretação válida e sensata. Outro ponto de vista relevante – dentre todos os inúmeros possíveis – é aquele que nos faz enxergar a ficção como uma fuga voluntária da realidade (a “suspensão da descrença”, na feliz definição de Coleridge). Por uma perspectiva ou pela outra, ou mesmo nas misturas que podem existir entre elas, a concepção de que filmes, livros e jogos de terror fazem mal às pessoas (em especial às crianças) é um equívoco que até hoje trouxe mais prejuízos do que benefícios àqueles que, ainda que com boa intenção, tentaram censurar obras violentas e perturbadoras.

CURTA-METRAGEM: The Alphabet (David Lynch, 1968)