
Há muitos anos, numa tarde chuvosa em que eu estava no escritório do meu pai, aguardando-o para ir para casa, encontrei uma velha máquina de escrever esquecida em um canto mal-iluminado de uma sala pouco utilizada. Na época eu nem sonhava em publicar ou sequer escrever um livro, mas já arriscava alguns parágrafos macabros por pura diversão e, o que é mais importante, já tinha ouvido histórias de terror em quantidade suficiente para saber que aquela máquina de escrever, ali, sozinha em cima de uma mesa empoeirada que ninguém utilizava, não poderia ser simples coincidência sem significado, mas, sim, um convite irrecusável do destino.