Há vezes em que a vida nos aprisiona em labirintos que são maiores por dentro do que por fora.
Quem olha do exterior vê apenas uma caixa, uma caixa minúscula, lacrada, insignificante: um ponto desprezível na vastidão de um mundo potencialmente sem fronteiras. Contudo, como a caixa é diminuta, o aprisionado se sufoca nessa clausura, sem enxergar luz nem imaginar que possa existir ar. Ainda assim, como a caixa é muito maior por dentro do que por fora, ele vagueia perdido, sozinho, em um emaranhado de caminhos espinhosos que provavelmente não tem fim: um labirinto que com toda certeza não tem saída, já que nunca teve entrada.