quarta-feira, 4 de maio de 2016

POEMA – Deambulações


DEAMBULAÇÕES

Sob o manto de névoas que brilham até mesmo na escuridão,
Flana a alma do poeta, enamorada com a solitude e com os portentos da imaginação.
Maravilhada com tudo, esquivando-se apenas dos entes mundanos, enfadonhos,
Sua mente se desfaz em imagens misteriosas, vaporosas, que não se sabe de onde provêm:
Sonhando sonhos que não são só sonhos,
Mas longínquas ressonâncias de ecos do além.

Na etérea alcova com espíritos diáfanos como matutina bruma em cerração,
Regozija-se a alma do poeta, embevecida em si mesma com as sublimes delícias da criação.
Extasiada com tudo, protegendo-se assustada dos intoxicantes ares cotidianos, tristonhos,
Sua mente se enleva e eleva em visões insólitas, heteróclitas, que não são de mais ninguém:
E segue sonhando sonhos que não são só sonhos,
Mas emanações diretas das secretas quintessências de onde tudo advém.

Nenhum comentário:

Postar um comentário