quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

FILMES QUE PERTURBARAM ATÉ A MIM

Alguns dias atrás, fui marcado no facebook pela minha amiga Andressa Mendes para participar de uma corrente cujo objetivo era elaborar uma lista com os cinco filmes que mais nos perturbaram. Aproveitando a deixa, resolvi fazer uma publicação aqui no blog com alguns breves comentários a respeito desses tais filmes que feriram meu cérebro como ferro em brasa.

Na lista que segue abaixo, procurei fugir de títulos óbvios, como Terror sem Limites (A Serbian Movie), Holocausto Canibal, Subconscious Cruelty, Guinea Pig, Faces da Morte, August Undergroud Mordum, Slaughtered Vomit Dolls e congêneres. Isso porque, apesar de tais filmes serem quase revoltantes de tão violentos, eles estão em praticamente todas as listas sobre filmes com violência extrema, de modo que são velhos conhecidos dos aficionados por representações gráficas de mutilações, decapitações, esquartejamentos e outras barbaridades mais. Procurei, então, criar uma lista mais pessoal, com filmes que, embora não sejam tão escatológicos quanto os acima citados, foram capazes de me marcar para sempre com a aflição e a inquietação nervosa que provocaram em mim.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Sobre as palavras

Ao escrever, devemos estar cientes de que as palavras sabem mais do que qualquer um de nós. Cada palavra – e, por conseguinte, a própria Língua – possui uma história que é inerente à sua essência: uma história longa, rica, difusa e multifacetada, carregada de significações, símbolos, interpretações e magia. Por isso, como se estivéssemos diante de verdadeiros deuses ancestrais, devemos respeitá-las, dar-lhes valor, estudá-las, tratá-las com a devida reverência.

sábado, 26 de novembro de 2016

Músicas baseadas em livros de terror – ESPECIAL LOVECRAFT


Howard Phillips Lovecraft é, ao lado de Poe, o mais influente – e, talvez, o melhor – escritor de ficção de horror de todos os tempos. Além de escritores, a obra deste gênio da literatura e da imaginação inspirou artistas de outras áreas, como quadrinistas, ilustradores, pintores, cineastas, criadores de jogos de video-game e... músicos!

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

NÃO LEIA A CAIXA DE NATASHA DURANTE A NOITE – O relato de uma leitora

Quando abri meu facebook no dia 04 de outubro de 2016, fui recebido com o impacto carinhoso de um texto da leitora Marielle Polli a respeito do meu livro A Caixa de Natasha e outras histórias de horror. O texto me deixou tão emocionado que tive de pedir permissão à Marielle para transcrevê-lo aqui no blog.

Como ela permitiu e ficou cheia de entusiasmo, eis aqui o texto:

domingo, 23 de outubro de 2016

Antologia "NÃO LEIA! – Contos de Terror"


O conto "O Sorvedouro das Almas Perdidas", de minha autoria, foi selecionado para integrar a antologia "Não Leia! – Contos de Terror", organizada pela Raquel Pagno, da Editora Fonzie.

Ainda antes do lançamento, tive a oportunidade de ler algumas das histórias que compõem a antologia e já posso dizer, sem medo de errar, que este livro está maravilhoso, tanto pelo conteúdo quanto pelo projeto gráfico, com as ótimas ilustrações do João Marciano Neto.

Para adquirir o seu exemplar clique aqui.

MOTIVOS?


Escrevo por três motivos fundamentais. O primeiro é brincar com o estilo. O segundo é vasculhar estados de consciência. O terceiro eu não sei qual é.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Entrevista com Rô Mierling


Certo dia, tive a ideia de travar uma conversa por e-mail com uma escritora de cujo trabalho gosto muito: Rô Mierling, autora do livro "Diário de uma Escrava", que está sendo editado pela Darkside Books. Enviei a ela, então, o convite para uma entrevista, embora acreditasse que ela estaria ocupada demais para poder responder. Poucas horas depois, contudo, recebi com entusiasmo sua aceitação, a partir da qual tomei como um desafio pessoal elaborar perguntas atraentes, interessantes e relevantes tanto para os leitores quanto para eventuais aspirantes a escritor que acessem o blog e – por que não? – para nós mesmos. Não sei se obtive sucesso nesse desafio, mas garanto que cada linha foi escrita com ânimo e sincera curiosidade.

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

15 MICROCONTOS DE TERROR


Algum tempo atrás, fui desafiado pela escritora Rô Mierling a elaborar histórias de terror com apenas 100 toques no teclado. Ainda que inventar situações assustadoras em poucas linhas não seja algo assim tão complexo, a grande dificuldade do desafio está em escrever essas histórias macabras com EXATOS 100 caracteres (contando espaços e pontuação).

De acordo com as regras do desafio, o rigor dos 100 toques no teclado é absoluto: não valem histórias com 99 caracteres, nem com 101. Portanto, as palavras devem ser cuidadosamente selecionadas, e o texto deve manter um sentido coerente. Para mim, além disso, impus o dever de garantir que esses textos fossem, de fato, aterrorizantes.

Seguem, agora, 15 microcontos de terror que escrevi de acordo com a proposta do desafio:

SANGUE

Em se tratando de literatura, não gosto de água com açúcar: quando escrevo, escrevo com meu próprio sangue.

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

SOBRE A LITERATURA E O MERCADO LITERÁRIO NO BRASIL


Minha admiração por Rubens Francisco Lucchetti cresce a cada dia, e esse crescimento é exponencial. Além da natureza ímpar, repleta de genuína paixão, de sua vasta produção ficcional, seus comentários no facebook são sempre acurados e revelam tanto uma inteligência aguçada quanto uma experiência valiosíssima colhida ao longo de décadas de dedicado trabalho literário. Por isso, cada vez mais tenho maior certeza de que sua voz é uma voz que não deve, jamais, ser olvidada.

Comprovo o que digo compartilhando as palavras do Rubens a respeito da relação entre as grandes editoras e o autor nacional:

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

CURIOSIDADE: a máscara do personagem Ironbar no filme MAD MAX 3


Outro dia resolvi ver pela milésima vez o terceiro filme da série Mad Max e, muitíssimo intrigado, notei algo em que eu nunca tinha reparado antes: a máscara que fica pendurada nas costas do personagem Ironbar se parece demais com a máscara usada por uma das personagens do obscuro filme japonês Uma Página de Loucura, de 1926!!!

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

CULTURA, ARTE, DOMINAÇÃO, PROGRAMAÇÃO NEUROLINGUÍSTICA e VIOLÊNCIA SIMBÓLICA

Uma expressão que me incomoda, quando se fala em cultura, arte ou mesmo entretenimento, é a palavra “alternativo”. Trata-se de mera bobeira paranoica da minha mente, por certo, mas me sinto internamente desconfortável quando alguém diz que determinado filme é “alternativo”, que certa música é “alternativa”, que tal livro é “alternativo”. Isso porque a palavra “alternativo” pressupõe a existência de um padrão (um parâmetro a ser seguido) e a de um caminho diferente, mas solitário, quase incomunicável: uma passagem estreita que é a única rota de fuga para os excluídos e marginalizados (e para os “diferentões”, é claro...). Quando não, revela um quê de arrogância e desdém por tudo aquilo que não se acomoda sob o rótulo genérico de “alternativo”, que é conceito essencialmente subjetivo e impreciso. E essa arrogância desdenhosa, por sua vez, atrapalha justamente no livre desenvolvimento das artes, no nascimento de novas formas de expressão, na gênese e na apreciação indiscriminada de culturas múltiplas, alternativas (no plural!). Falar em algo “alternativo” sugere uma divisão bipolar avessa à liberdade que as pessoas que gostam da arte dita “alternativa” alegam perseguir: guerreando às cegas contra o sistema, reforçamos o próprio sistema! (Somos grandes ingênuos neste mundo contra-intuitivo, não?).

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

CONTO: Diálogo sobre um diálogo, de Jorge Luis Borges


Conto extraído do livro "O Fazedor", de Jorge Luis Borges.

DIÁLOGO SOBRE UM DIÁLOGO

A. – Distraídos em discorrer sobre a imortalidade, tínhamos deixado que anoitecesse sem acender a lâmpada. Não víamos nossos rostos. Com uma indiferença e uma serenidade mais convincentes que o fervor, a voz de Macedonio Fernández repetia que a alma é imortal. Assegurava-me que a morte do corpo é totalmente insignificante e que morrer deve ser o fato mais nulo que pode acontecer a um homem. Eu brincava com a navalha de Macedonio; abria-a e fechava-a. Um acordeom vizinho desfiava infinitamente “La cumparsita”, essa cantilena consternada que agrada a muitas pessoas, porque lhes mentiram que é antiga... Sugeri a Macedonio que nos suicidássemos, para discutir sem estorvo.

Z (zombeteiro). – Mas desconfio que no fim não se animaram.

A (já em plena mística). – Francamente, não me lembro se naquela noite nos suicidamos.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

MELVIN MENOVIKS NA BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO!


Caros amigos, é com muita alegria que informo oficialmente que o macabro universo de "A Caixa de Natasha e outras histórias de horror" estará na Bienal Internacional do Livro de São Paulo deste ano!

No dia 02 de setembro (sexta-feira), das 19h às 22h, estarei no stand da Editora Empíreo (Rua G, Stand 073), autografando livros, distribuindo marcadores de página e conversando sobre a boa literatura de terror!

Preparem-se: há um mundo estranho, tão mágico quanto obscuro, tão fascinante quanto enigmático, tão belo quanto assustador, aguardando-os no canto mais sombrio da bienal! Estão todos convidados!

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Sugestão de filme: O SANATÓRIO CLEPSIDRA


Alguns filmes conseguem representar sonhos e delírios de formas magníficas ("Cisne Negro", "A Origem", "Donnie Darko", por exemplo). Pouquíssimos conseguem ser delírios de verdade.

Um exemplo perfeito de delírio em forma de longa-metragem é "O Sanatório Clepsidra" ("Sanatorium pod Klepsydra"), filme surrealista polonês de 1973, dirigido por Wojciech Has, que é uma genuína obra-prima esquecida da sétima arte.

segunda-feira, 27 de junho de 2016

HABILIDADE, CRIATIVIDADE E ARTE


A distinção entre habilidade, criatividade e arte é sutil, mas creio que, ao menos em um nível ideal, ela exista. Ao criar a imagem acima, Charles Allan Gilbert foi habilidoso e criativo. Ao denominá-la "All is Vanity" ("Tudo é Vaidade"), foi genuinamente artístico.

ESPELHOS

Dentro há espelhos, cobertos de trevas, que refletem a realidade.

terça-feira, 7 de junho de 2016

Por que nunca publiquei um romance?


"[Como se em uma luta de boxe], o romance vence sempre por somatório de pontos, enquanto o conto deve vencer por nocaute"  Julio Cortázar.

Costumam me perguntar, com alguma frequência, por que eu prefiro escrever contos, e não romances, que são mais vendáveis e agradam um público maior. Adoro romances e encontro grande prazer neles, mas, com sinceridade, respondo que, muito embora seja bem provável que eu ainda venha a escrever algum romance – um romance estranho e verdadeiramente perturbador, é claro –, minha real paixão são os contos. Contos são estilosos, sucintos e diretos. Contos são afiados e certeiros. Contos são o murro no crânio que Kafka exigia; talvez até uma marretada violenta contra a banalização e a mecanização, sobretudo a banalização e a mecanização que existem dentro da literatura (em especial nos romances feitos por equipes treinadas, e não por escritores apaixonados).

quinta-feira, 19 de maio de 2016

A Hora do Terror Literário entrevista Melvin Menoviks!

Entrevista concedida ao Renan Souza, do blog Hora do Terror Literário, na qual falo um pouco a respeito de minha relação com a literatura de terror, de minhas preferências literárias e de minhas opiniões sobre a relação entre imaginação e realidade.

quarta-feira, 4 de maio de 2016

POEMA – Deambulações


DEAMBULAÇÕES

Sob o manto de névoas que brilham até mesmo na escuridão,
Flana a alma do poeta, enamorada com a solitude e com os portentos da imaginação.
Maravilhada com tudo, esquivando-se apenas dos entes mundanos, enfadonhos,
Sua mente se desfaz em imagens misteriosas, vaporosas, que não se sabe de onde provêm:
Sonhando sonhos que não são só sonhos,
Mas longínquas ressonâncias de ecos do além.

Novas resenhas de A CAIXA DE NATASHA! (Um singelo agradecimento aos leitores e resenhistas)


É com muita satisfação que reúno, aqui, algumas das novas resenhas feitas por blogueiros e booktubers sobre meu livro "A Caixa de Natasha e outras histórias de horror".

Quem me acompanha pela minha conta pessoal ou pela página do livro no facebook sabe do meu profundo respeito e carinho pelos dedicados resenhistas dos blogs e canais de youtube com os quais venho, pouco a pouco, fazendo amizade nas redes sociais. Ter meu trabalho reconhecido por essas pessoas, que conhecem tão a fundo os mais diversos gêneros literários e que com tanta paixão e senso crítico exploram o infindável universo dos livros, gera em mim – um simples ficcionista que procura apenas compartilhar alguns pesadelos estranhos com seus leitores – um sentimento de felicidade e realização que não sou capaz de descrever.

domingo, 1 de maio de 2016

INTROSPECÇÃO

Para fora há enganadora claridade, onde apontar o dedo é fácil. Olhar para dentro – onde os verdadeiros monstros habitam, mas também onde residem as mais sublimes belezas – requer afinidade com as trevas: coragem, curiosidade e auto-honestidade, portanto. É por isso que prefiro o mundo das sombras, no qual vivo e convivo com meus próprios demônios.

sexta-feira, 15 de abril de 2016

POEMA – Sozinho

SOZINHO
Ao sono derradeiro desde o triste rebento,
Percorro o mais lúgubre caminho;
Sob negro e revoltoso firmamento,
Caminhando errante, vacilante, sozinho...

quinta-feira, 31 de março de 2016

sexta-feira, 25 de março de 2016

OS DEZ SEGREDOS PARA SE CRIAR UMA BOA HISTÓRIA DE TERROR


Em 99% (ou mais) das listas sobre como escrever histórias de terror de qualidade, a pessoa que dá as sugestões se limita a elencar dicas técnicas de escrita e a reproduzir mensagens motivacionais sobre esforço, trabalho e perseverança, transmitindo ensinamentos úteis, mas que servem tanto para se escrever aterrorizantes histórias sobre assassinos carniceiros quanto para se criar contos de fadas com duendes abobalhados e gnomos sorridentes (o que, pensando bem, também pode ser bastante perturbador, mas isso não vem ao caso agora).

O que quero dizer, em síntese, é que essas listas costumam ser mais sobre carreiras e técnicas literárias do que sobre a criação do terror propriamente dito.

domingo, 17 de janeiro de 2016

RESENHA e SORTEIO de "A Caixa de Natasha" no blog Tudo Online

A nova – e ótima! – resenha de "A Caixa de Natasha e outras histórias de horror" foi escrita por Sávio França, do blog Tudo Online, e traz uma boa análise do livro, destacando as principais características das histórias e discorrendo com especial profundidade sobre os contos "A Experiência de William", "Nós comemos corações de crianças" e a narrativa que dá título ao livro.

Além de ter confessado que "coisas estranhas" aconteceram durante a leitura do livro, Sávio avaliou-o com cinco estrelas e disse que ele se tornou uma de suas leituras favoritas de 2015!

Diante da qualidade do blog Tudo Online e da atenção dada às minhas páginas macabras (foi a primeira resenha do ano no blog!), propus ao Sávio um sorteio do livro e ele gostou da ideia, aceitando prontamente.

Então, para os loucos, para os corajosos e para as criaturas da noite que só querem um pouco de terror e mistério em suas vidas, clique aqui e saiba como participar para concorrer a um exemplar autografado de "A Caixa de Natasha e outras histórias de horror", de Melvin Menoviks!

Entrevista com o cineasta JOEL CAETANO

Quem olha para a imagem acima pode pensar que esse sujeito esquisito, com óculos sujos de sangue e cara de louco é apenas um sujeito esquisito, com óculos sujos de sangue e cara de louco – possivelmente algum serial killer lunático que sente prazer em matar pessoas dentro de carros velhos em encruzilhadas escuras quando a lua está cheia e as vozes sussurram ordens demoníacas em seus ouvidos. No entanto, para o alívio dos leitores deste singelo blog, que não precisam temer que eu faça entrevistas sérias com assassinos em série perigosos ou com qualquer outro tipo de doentes mentais agressivos que possam colocar nossas vidas em risco, explico que a foto do rosto sádico que abre esta matéria é, na verdade, de um dos mais promissores, talentosos e simpáticos cineastas brasileiros da atualidade: Joel Caetano.

sábado, 16 de janeiro de 2016

O obscuro curta-metragem SOMNIUM

Quem me segue no facebook deve ter reparado que, nos últimos dias, venho compartilhando algumas fotos antigas de um cara esquisito em um galpão abandonado. Muita gente não deve saber, ainda, mas essas fotos são da época em que filmei o curta-metragem SOMNIUM, escrito e dirigido por mim (muito antes de eu assinar com o pseudônimo Melvin Menoviks ou sequer sonhar em escrever A Caixa de Natasha), em colaboração com Murilo Toffanelli e outros grandes amigos (os melhores que alguém pode ter, por certo!).

Segue o filme completo (sugiro que se assista em tela cheia, com as luzes apagadas e boas caixas de som):