TAG: Livros ou Travessuras?

No último Halloween (espero que vocês tenham se divertido tanto quanto eu nas sinistras festividades da Noite das Bruxas, prezadas criaturinhas malignas que acompanham o meu blog), o Matheus Fellipe do blog Leitor Noturno me marcou na TAG "Livros ou Travessuras", criada pelo blog Irmãos Livreiros. A TAG, cujas perguntas e imagens foram elaboradas por Marcos Rogério, propõe que cada blogueiro escolha cinco de seus livros preferidos com base nos monstros que permeiam o imaginário popular.

Apesar de o Halloween já ter passado, o espírito do bom e velho terror nunca abandona as veias deste humilde ser sombrio que lhes escreve, e, por isso, ainda que com um pouco de atraso, fiz a seguinte lista, com algumas indicações de livros que mexeram comigo de alguma forma (leve em consideração que minha memória é extremamente limitada, então nem todas as escolhas foram exatamente conscientes e ponderadas; muitos livros adorados ficaram de fora, infelizmente):

JOYLAND, de Stephen King: Stephen King é um monstro colossal das letras do horror, e, para nós, amantes da ficção sangrenta, seus livros são mais famosos do que o Pelé deve ser para os fãs de futebol. Abrir um livro do Stephen King é ter a certeza de ser chacoalhado violentamente com muita tensão, crueldade e terror. Indo em sentido contrário, no entanto, esse excelente Joyland "sugou minhas energias" de uma maneira diferente e um tanto inesperada: nesse livro, encontramos um Stephen King mais contido – mas não menos habilidoso com as palavras – que fala diretamente ao coração dos leitores, um Stephen King nostálgico e sentimental que procura retratar as mais intensas inquietações pelas quais todos os jovens passam em algum momento de suas vidas, temperando tudo isso com gotas de ternura e esperança (ou a falta dela).

Ler Joyland é como sentar-se em uma varanda aberta, no crepúsculo de um domingo solitário, e ficar conversando com um Stephen King saudosista que lhe dá conselhos sobre a vida e fala, em tom paternal, enquanto beberica uma cerveja que já vai esquentando: "é, meu chapa, a vida é isso aí mesmo. Existe a dor, mas também existe a felicidade. Há feiura, mas também há beleza. Não se esqueça de viver e seguir em frente, apesar dos altos e baixos que nos fazem trepidar como um passageiro de uma montanha-russa descontrolada cujo maquinista é alguém que você não conhece, mas que certamente não é muito certo da cabeça".

O HOMEM DA AREIA, de E.T.A. Hoffmann: Não posso, nem de longe, dizer que O Homem da Areia tenha sido a história que mais me atormentou. Muito pelo contrário, essa novela do alemão E.T.A. Hoffmann talvez nem seja assustadora para muitas pessoas (nem sei se ela pode ser classificada como pertencente ao gênero "terror"). Ainda assim, a penetrante força de sua fantasia eloquente é suficiente para, em menos de 90 pequenas páginas, deixar sua marca gravada em nossas mentes para o resto da vida. Trata-se, de fato, de uma verdadeira obra-prima da ficção fantástica.

Além de ser um dos meus livros favoritos, tendo aberto espaço em minhas noites de devaneios literários como poucas obras conseguiram fazer, O Homem da Areia também me atormentou por uma outra razão. Esse tormento, que, na verdade, foi um tormento positivo, deve-se ao fato de eu ter descoberto, no ano passado, que a história de E.T.A. Hoffmann foi a base de inspiração para um roteiro a ser filmado pelo mestre Dario Argento, sobre o qual qualquer elogio ou comentário se faz desnecessário (afinal, pressuponho que todos já saibam de minha profunda admiração por esse gênio italiano que criou aquele que considero um dos melhores filmes de todos os tempos: "Prelúdio para Matar"). A notícia sobre o "Dario Argento`s The Sandman" está me atormentando até agora, para falar a verdade – mas de ansiedade!

CAÇADA MORTAL, de Lawrence Block: Nem só de trevas, relâmpagos e demônios se constituem as leituras de um escritor de terror. Como muitas pessoas já sabem, sou um grande fã da literatura policial, e Caçada Mortal é um dos ápices desse gênero cheio de bandidos malvados, mulheres atraentes e caras durões. As histórias de detetives não conseguem ficar muito melhores do que esse intenso livro de Lawrence Block.

Caçada Mortal deu origem ao filme homônimo com o Liam Neeson no elenco. O filme, assim como o livro, é excelente – talvez um dos melhores filmes de ação dos últimos anos – e possui uma aura dos bons filmes policiais dos anos 70, a lá Dirty Harry, como se Liam Neeson fosse a sucessão natural do Clint Eastwood nesse ramo. Sem mais palavras, assista ao filme e leia o livro – vale a pena!

O EXORCISTA, de William Peter Blatty: Chegamos, agora, àquele livro que poderia ter sido escolhido em qualquer um dos quesitos desta TAG. O Exorcista é mais do que um livro: é um verdadeiro substrato do terror no imaginário coletivo e uma força propulsora da ficção macabra. Esse livro "sugou minhas energias" (para depois devolvê-las renovadas e reforçadas), "atormentou minhas noites" e "me enfeitiçou com os seus personagens", mas, sobretudo, é aquele com o qual "passo horas e horas e não paro de ler".

O Exorcista possui uma alma única: uma atmosfera especial que me envolve de uma forma que parece surgir de dentro de meu próprio espírito, mas que eu simplesmente não sei descrever. Isso é tudo o que eu posso falar sobre o magnum opus de William Peter Blatty.

A CAIXA DE NATASHA E OUTRAS HISTÓRIAS DE HORROR, de Melvin Menoviks: Não é a atitude mais humilde do mundo indicar o próprio livro em uma lista na qual figuram clássicos absolutos como O Exorcista e O Homem da Areia, mas eu não estaria sendo sincero se indicasse qualquer outro livro para bons assombros e deliciosos delírios macabros. Não apenas para o Halloween, mas para todas as noites em que os ventos ululantes lhe convidarem para uma boa história de terror, com tensões crescentes e finais inesperados, A Caixa de Natasha e outras histórias de horror é o livro certo para se ter em mãos.

Para quem quiser conhecer mais sobre o livro, sugiro a leitura das primeiras análises feitas pelos leitores, críticos e fãs (clique aqui para acessar a matéria com as principais resenhas de A Caixa de Natasha). Venho ficando muito satisfeito com os elogios e as reações de medo e deslumbre causadas pelas minhas histórias de horror e mistério.

Vale lembrar que o livro está disponível nas principais livrarias do país, mas que ele também pode ser adquirido diretamente comigo com um desconto especial + marcadores de páginas exclusivos + frete grátis para todo o Brasil (basta conversar comigo por inbox, no facebook, clicando no link em vermelho).

Para continuar a corrente, vou indicar os blogs Chá de Prosa, Psiconeuroviolência e Desenhando em Letras para responder à TAG (lembrando que não é necessário fazer resenhas dos livros, mas apenas indicá-los; os comentários são opcionais, embora eu os incentive a falar um pouco sobre as escolhas). Demais blogueiros e youtubers que tenham se interessado pela TAG, sintam-se livres para respondê-la (só não os marquei todos porque percebi que a maioria de vocês já participou da corrente). Há apenas algumas regras a serem seguidas: copie as imagens originais e poste-as em suas páginas para dar os devidos créditos ao criador da TAG; além disso, não se esqueçam de copiar estas instruções e de marcar mais blogs para participar.

Espero que vocês tenham gostado das sugestões de leitura. Apesar de minha memória limitada, estou certo de que escolhi livros realmente bons em cada categoria: todos eles marcaram minha vida, de uma forma ou de outra.

Agora, passo o desafio para você, leitor: quais livros você escolheria para indicar aos amigos? Siga o blog e opine com seus livros preferidos nos comentários! Sua opinião é de grande importância!